Pela Noite Fora…
Corríamos
De bar em bar
De quarto em quarto
Alugados
Pois nunca estávamos bem
Em nenhum outro lugar
Pela Noite Fora…
Explorávamos a escuridão
Fugindo do dia
Pois era nele
Que víamos os nossos fantasmas medrar
Preferindo as fantasias
Concedidas pelas trevas
Onde um amor escondido
Podia crescer
Podia proliferar
Enquanto fumávamos cigarros atrás de cigarros
Construindo um castelo
De copos bebidos
Devidamente vazios
Numa bebedeira apaixonada
A meio da qual
Te tinha comigo
Tendo a certeza
Que não irias desaparecer
Pois só nos momentos evitados de sobriedade
Tu te irias aperceber
Que tal como eu
Esse Amor
Essa comum atracção
Não passava de mais um devaneio
De almas livres
Que viam nele
A sua derradeira prisão…
Pela Noite Fora…