Desculpa
Rubra a minha face
desejosa de esconder-se, sem pranto
parece obscena pois feliz, no entanto,
acende-se na inquietude da tua chegada.
Latente, a alegria fere-se no pranto
e o medo insinua-se.
Uma adaga na cabeça
Refletida no olhar molhado
pela sutil palavra cortante.
Pois que machucar a’lma seria dom?
In_voluntário, na tarde transgressora
Feri-te por não saber do amor todo o encanto.
Ousado, seria, dizer-te no entanto
que a mim, feri bem mais
e te suplico uma desculpa, tola,
inda que brote das sendas do amor.