Amor ateu
Desfaço-me em pranto e me refaço num sorriso,
Morro na espera de um olhar... Ando numa estrada
Repleta de rosas e espinhos... Caminho mudo
Com os pés descalços e com o coração desnudo
Seu torpor me vem no sopro de uma vã lufada
Que o vento me desfere como um raio preciso
Desenha teu rosto no céu num sutil degradê
De luzes e cores... Instantes de imenso primor...
Ando nas estradas de sonhos e de verdades
Na escassez de esperança afogada em saudades,
Sinto meus versos embebidos no vão torpor
De ser livre e não querer viver em liberdade...
Pássaro sem asas... Aos teus pés, um mendigo
De carícias percorrendo teus caminhos
Fiz da solidão companhia nestes horizontes
Velhos e errantes... Sigo escalando novos montes
Árduos e infortúnios buscando cálidos ninhos
Um repouso, um pouco de paz e um novo perigo...