Conversas minhas comigo...
Convites irresistíveis jogados ao vento
Vão... E voltam vazios...
Mesmo assim, minh’alma recomposta,
Sorri...
Ofertei-me inteira e sem reservas
A alguém que conheci...
Recebi o silêncio por resposta...
- Mereci?...
Certamente as máscaras na face
Sejam mais belas que a Verdade que despi...
- A mesmice dos dias sonolentos
Meio-vividos valem mais aqui...
Quem sabe eu me vou a outras plagas
Longínquas deste ignoto chão...
Quem sabe uma mão muito sensível
Me acolha nesta busca em vão...
Ainda quero ver os pessegueiros
Antecipando os frutos, engalanando-se em flor...
Quero ainda compartilhar a vida
Com quem me dê amor...
Convites irresistíveis jogados ao vento
Vão... E voltam vazios...
Mesmo assim, minh’alma recomposta,
Sorri...
Será a antevisão de algum milagre?...
De um sonho, de um possível vir a ser?...
Mas para tanto é necessário esvaziar-se
E esquecer...
Abrir-se para o mundo, olhar em em roda,
Permitir que outra mão acolha a rosa
Que de madura se fez...
(- Amar ainda outra vez?...)
Correr o risco calculado
De despojar-se da história de um passado
E... Sonhar talvez?...
Seguir um som no vento arremessado
E... Tentar viver?...
Quem sabe se o futuro me reserva
O amor que a vida me tirou?...
Aquieto-me e espero... O momento
Certamente ainda não chegou...
E no rosto onde as lágrimas descerram
O olhar que se fechou,
Abro portas e janelas para a vida...
- É só o que me sobrou...
- Ah! E o sorriso! O meu sorriso...
Este nunca me deixou...