Brilho do sol no frio de maio

Brilho do sol no frio de maio

Houve um dia,

uns dias,

uns tempos,

dois tempos,

há tempos que se viam, conversavam, um que vendia outra que passava,

olhares e conversas, conversas escassas, eram procuras, eram abstratas.

Houve uma época,

uma década,

onde o suspiro predominava,

houve um momento em que dois pararam o tempo,

um raro momento,

de encontro,

momento perfeito.

Houve,

houveram,

ouviram,

olharam,

se conheceram e não pararam.

Era uma manhã de maio, fria, bonita como os raios de sol do mesmo outro dia em que brilhavam em sintonia,

pura sintonia dos que novamente se cruzaram,

sintonia de olhares,

de movimentos,

de batimentos,

sorrisos que se fundiam na esperança de haver mais momentos,

momentos que durassem mais do que aquela curta manhã,

um momento puro de manhã,

puro como o raro calor do outono que se avistava.

Se repetia o movimento,

pela manhã o que vendia ali já estava,

mais cedo ele chegava,

pela manhã a que comprava mais tarde passava,

para ter certo a certeza que o momento que tanto almejava, lhe aguardava,

se repetiria,

e permaneceria sempre,

a beleza daquele dia.

Novamente estavam ali,

novamente esse momento eu vi,

eu vivi,

novamente não resisti,

notei,

percebi,

novamente fez-se luz,

naquele canto, naquela esquina,

os que passavam puderam ver o que comumente se chama,

amor.

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