DA JANELA.
DA JANELA.
Da janela vejo o horizonte infinito,
Da janela observo a casa mal cuidada,
Da janela espreito o homem aflito,
Para encontrar-se com sua namorada.
Da janela noto árvores verdes e exuberantes,
Da janela acompanho o nascer do sol,
Da janela espio a imponência da lua,
Que delicia-se e envolve-se com o arrebol.
Da janela verifico a "selva de pedra",
Nos edifícios desconjuntados e descoloridos,
E silenciosamente a cidade se desmedra,
Causando caos em pensamentos caídos.
Da janela examino cada movimento expressivo,
Da janela vigio sempre o inocente,
Da janela zelo pelo produtivo,
Da janela protejo o amor pungente.
Da janela olho o céu embranquecer,
Da janela fito o encontro da nuvem tardia,
Da janela contemplo o amanhecer,
Da janela descubro a tarde vazia.
Da janela reparo crianças brincando plenamente,
Da janela percebo a maldade escondida,
Da janela cuido de expulsar o inconsequente,
Da janela tento fazer ser normal a vida.
Da janela estudo o modo da pessoa viver,
Da janela analiso o depressivo,
Da janela alerto-o a não sofrer,
A fim de permanecer mais tempo vivo.
Da janela comprovo que o meu amor morreu,
Da janela confirmo este fato lamentável,
Da janela lhe procuro, e você reapareceu,
E me troxe uma alegria inigualável.
Por: Jaymeofilho.
14/12/2009.