O AMOR NÃO ME ABANDONA
Eu quis versar o meu decreto de nunca mais voltar a te querer;
Cegar a sede de te ver, fugir dos teus indícios;
E revolucionar meus vícios para de ti não depender;
Eu juro que tentei te esquecer e sem esmorecer nos sacrifícios!
Determinei em alta voz ao coração que procurasse um novo alguém;
Que nada me obrigava a ser refém de teus supostos atributos;
Andei a passos curtos para evitar que colidíssemos mais além;
E achei por bem usar de todos os ódios que me fossem justos!
Tantas vezes acordei dizendo pra mim mesmo que nasci mais uma vez;
Doando indiferença e surdez ao insistente canto da saudade;
Até me enganei com muita sinceridade, chegando a crer que a perfeição nunca te fez;
Ludibriei a própria lucidez para enlouquecer a sanidade!
Eu cumpri à risca os preceitos das receitas, segui fiel as bulas;
Dei-me ao transe das loucuras e quis apagar os rastros desse terror;
Tentei me permitir um novo amor, tentei andar por outras ruas;
Mas todas as esquinas eram tuas e te amando ainda estou!
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