O AMOR NÃO ME ABANDONA

Eu quis versar o meu decreto de nunca mais voltar a te querer;

Cegar a sede de te ver, fugir dos teus indícios;

E revolucionar meus vícios para de ti não depender;

Eu juro que tentei te esquecer e sem esmorecer nos sacrifícios!

Determinei em alta voz ao coração que procurasse um novo alguém;

Que nada me obrigava a ser refém de teus supostos atributos;

Andei a passos curtos para evitar que colidíssemos mais além;

E achei por bem usar de todos os ódios que me fossem justos!

Tantas vezes acordei dizendo pra mim mesmo que nasci mais uma vez;

Doando indiferença e surdez ao insistente canto da saudade;

Até me enganei com muita sinceridade, chegando a crer que a perfeição nunca te fez;

Ludibriei a própria lucidez para enlouquecer a sanidade!

Eu cumpri à risca os preceitos das receitas, segui fiel as bulas;

Dei-me ao transe das loucuras e quis apagar os rastros desse terror;

Tentei me permitir um novo amor, tentei andar por outras ruas;

Mas todas as esquinas eram tuas e te amando ainda estou!

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Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 14/12/2009
Código do texto: T1977126
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