A noite na minha solidão, sua presença é tão real
que minhas mãos quase o alcançam. Por um espaço
pequeníssimo de tempo, eu o vejo,  como são belos
seus olhos, e que sorriso  encantador...


E com a claridade frouxa que precede o clarão do dia,
deixo rolar uma lágrima incerta, na certeza da tua 
ausência. Digo a mim mesma, que a emoção supera
a angústia de não o ter por perto...

Chegou em minha vida, acordou a mulher que estava
adormecida. Fez me reviver  emoções já esquecidas,
suavizou as marcas do tempo em meu rosto...

Fez me escrever utopias que se refugiam por detrás
da pena, que vez por outra se aventuram tímidas, em
linhas de versos e prosas...

Hoje quando o meu caminhar é lento, quando as buscas já
se faz tarde. Sinto o sangue fluir nas veias, em me
lembrar da chuva no rosto e dos pés descalços...

Tal qual a rosa, que recebe um beijo rápido do beija-flor,
fica ela extasiada, na esperança de que pra onde ele for...
Mesmo que beije outra flor, sentirá um frio  no peito,
lembrará de um perfume, de uma rosa que o encantou...

Continuará seu caminho, mas um tanto perturbado,
pois sabe que foi amado e que perdeu a bela flor...

E das paginas da alma, vão brotando lindos versos,
como esse que escrevo, sobre alguém que não esqueço, sei
que não o quero perto, mas poeta fica nu sem versos...

Por isso o trago na mente, mas não será para sempre,
só até encontrar um novo amor.