Era Noite
ERA NOITE
E a minha porta bateu de leve,
Deu passagem para o visitante noturno
E uma rajada de vento suave.
Ergo o rosto pra um beijo cálido e oportuno,
Nos olhos entrevejo uma promessa a sorrir,
Sei que depois do prazer irás partir...
Me iludo como uma criança carente
Que sabe que a saudade em fim se sente,
Mas insiste em provocar um brinquedo,
Inusitado e sutil como um segredo.
Nosso amor, tão leal e legal,
Se faz irreal, ilegal,
Pois chegas sempre tarde do trabalho,
Sempre com isto me atrapalho...
Sei que vens depois que as crianças dormem,
E elas dormem a perguntar por ti, e sé é feriado,
E quando chegas o enfado e tristeza somem,
Dando lugar a minha fome e dormes ao meu lado.
Ainda te vejo cansado, olhar triste do correr diário
Chega logo nosso descanso esperado, amanhã já é sábado
E sabes que és amado,
E já não tens mais horário...
Era noite quando te senti chegar,
O vento leve que entrou contigo,
Mexeu de leve comigo,
É sempre uma promessa de amar...
Elisabeth Lorena