Luto
Ontém notei faíscas pelo quarto,
Pareceu-me ser pequenos relâmpagos espalhados,
Soltos em cada canto de nosso recanto.
Pela manhã um perfume invadiu-me narinas e alma,
Pareceu-me ser do sorriso velado ali encantado,
Os sons que invadiram meu leito, não ouvia direito,
Apenas sentia e sorria já calma.
Agora, adentra de novo por nossa casa, e arrasa
não como quem derrota, mas amarrota,
Um vento superior, que trás frescor depois do amor.
Amanhã, quando amanhecer quero te ver,
A sorrir-me manso, em seu descanço,
Suave e feliz a lembrar-me do horário, temerário,
Que o afastará de mim, e te levará em fim...
Elisabeth Lorena