Teus cabelos
Vejo teus cabelos, rijos, ajuntados;
Vejo neles a união,
O estrado.
O fulcro de um tempo inominável,
Onde tu foste rainha;
Eu, escravo.
Vejo, ainda, dentro dos teus olhos,
Que eles também me vêem
E vêm a mim as ânsias de te não ter,
Por um minuto,
N’aquele tempo que vai-se em furto,
Levado pelo acaso;
Por outro lado.
Ah! Teus cabelos...
Serão sempre a união;
Eu, o desorientado.