Eu quero viver para acreditar
Acreditar no caminho que está escondido
Entre as montanhas congeladas
Que procuro há algum tempo
Sei que o caminho fica entre escombros
E que as paredes do desengano ainda estão lá
E que semeiam perdas no anoitecer da lua
Que fica apenas esperando para ser amada
Mas prossigo tentado encontrar alguma fresta
Que mostre que o verdadeiro amor
Não se encontra em palavras bonitas e sem sal
Escritas em papel que será molhado pela chuva
Antes mesmo que o vento as leve para longe
E que as curvas da estrada em que vivo
Já percebem que não estão no lugar que deveria
E somam desertos em cada tarde sem crepúsculo
Tentando esquecer o balanço em que você brincava
Antes de conhecer a desilusão que a consome
Mesmo sabendo que meus braços estão abertos
Para aquecer seus sonhos nas noites de insônia
Que ilustram as aquarelas pintadas com o desengano
Que viveu nas manhãs sem vida no riacho
De água fria que percorre as margens inventando penumbras
Que só serão esquecidas quando você resolver me amar de verdade