FINAL DE AMOR SEM FIM

Agora é assim

São os versos

A esconderem-se de mim...

Da língua saltaram ao degredo

Descaindo até o fim

Por entre os vãos

Dos meus dedos

Agora é assim

Mágoa, dor e ferida

Brotando no meu jardim...

Planto só, nada atento

Regando em sangue carmim

A vida a dar costas ao tempo

D’um relógio a gastar-me lento

Agora é assim

O corpo a sonhar ao relento

Em porta do botequim...

Embrutecendo mais a dor

Tal fosse paixão chinfrim

Parida em qualquer beco

Como é seco um fim de amor!