NAVEGANDO NO TEU CORPO
Embarquei numa viagem, na viagem do teu corpo. Perdi a noção da realidade, surpreendida nas ondas do mar agitado dos teus galanteios.
Nadei nas águas escuras da paixão.
Ora voltava à tona para a razão.
Ora tua presença constante afundava-me mais e mais.
A vítima, não querendo ser socorrida...
Nas profundezas do mar encontrei a cada tentativa o frio penetrando o meu corpo em cada partícula de mim.
Emaranhei-me nas tuas garras.
Não! Não querendo sobreviver, deixei a cada segundo a água encher os meus pulmões. Na tentativa desesperada de morrer nesse teu mar de sedução.
Voltei à tona num instinto quase animal de sobrevivência, buscando a praia da tranquilidade.
Como um temporal, arrastava-me cada vez mais para longe do meu porto seguro, com a tua presença, e eu enfeitiçada pelo seu encanto, faltando-me as forças, retornava mar adentro, como os pescadores, quando ouvem o cantar da sereia.
No teu olhar perdir-me, nas tuas carícias, nadei, nos teus braços, afoguei-me e na tua paixão envolvi-me.
Belém, 16h30