O MEU DESTINO É TE AMAR
Flagrantes de estultícias se evadem dos meus poros;
E uma implosão dentro dos olhos lança estilhaços por meu corpo;
Rios me proíbem do teu gosto, mas eu entendo teus carinhos como portos;
Pois quem já navegou por leitos mortos, agora é Ícaro exposto!
Sem pretensões de aprofundar na plenitude desse ar;
Nem conseguindo desatar da mais impetuosa profusão;
Eu sou a paz da confusão, eu sou o dia do luar;
E é muito fácil num mergulho te encontrar, cá no meu coração!
Que segue as trilhas das pétalas deixadas por teu cheiro;
Sôfrego e ligeiro, um seqüestrado ávido e impotente;
Agricultor de uma semente que fecunda o tempo inteiro;
E que já elegeu seu paradeiro: teu beijo doce e quente!
Qual cobertor dará guarida ao infinito?
Como há de ser contido o que suplanta o céu e o mar?
Como fugir, como negar, se o meu olhar parece um grito?
Não há como desfigurar algo tão bonito, não há como viver sem te amar!