Utopia, amor
Não dá, simplesmente não dá
Viver sem você é impossível
Mesmo que eu nada saiba, sempre estou sabendo
Mesmo que eu não faça, sempre estou fazendo
Mesmo que eu não diga, sempre estou dizendo
Não há nexo, e na falta de entendimento, eu entendo.
Granizos estão caindo em pleno sol de verão
A chuva cai sobre o trem que parte rumo à outra estação
Desordenadas partes de um todo que não tem nada em comum, mas se encaixam
Cubos de gelo que degelam, mas que continuam a ser gelo mesmo que haja sal
Cascalhos que seriam obstáculos, mas que por estarmos na utopia, é tudo ornamental.
Olho para cima e vejo as flores, as árvores, a praia e o imenso mar
Olho para baixo e vejo-me nas nuvens e mais abaixo o universo forte a me segurar
Tudo escurece, começo a subir. Acho que estou flutuando, contudo percebo que é a lua que está me levando
Os cenários mudam, mas a história é sempre a mesma, tudo desordenado.
Nada diferente nada igual. Nada disperso do que se é normal
A história volta a ter a luz do sol, tudo com um brilho estranhamente natural
Vejo o mar em fúria prestes a desabar sobre mim, mas continuo caminhando sem medo de seguir
Vejo vilões me encarando, me espanto, estão todos a sorrir e quando olho para frente começo a cair.
A gravidade volta a existir, as nuvens tomam conta de tudo, começo a cair no fim do infinito do mundo.
Sinto o baque, acordo e me refaço. Sinto fortemente o meu corpo sendo apertado, e me vejo em meio a um forte e caloroso abraço
Lábios são sentidos tocando os meus, é miragem da realidade utópica
Ao abrir os olhos vejo-a vestida de azul e branco, toda vislumbrante
O amor é o entorno da felicidade esbaldando-se da água que o faz existir, que o faz ser o que há
Caem pétalas de flores dos céus, ainda estou andando nas nuvens, acompanhado, e neste mundo normalmente diferente, percebo que estou na realidade de saber o que é sonhar.