Decepção

Tenho vontade de ceder aos instintos

E vaguear pelos corpos sem despeito,

Fugindo aos deveres e preconceitos.

Tento ceder, e ser gente que vibra,

Que decanta os prazeres em camas redondas,

Quartos espelhados e cascatas sonoras.

Tento ser humano e desfrutar de tudo,

Calar a amante com beijos perdidos,

Apertos pelo corpo e arrepios nos seios.

Mas, busco tudo e só perco-me em camas vazias,

Feitas de imagens, quase, sombras na penumbra.

Quero, almejo, mas o caminho é curto,

Feito de pó e anunciações premeditadas.

Sou assim, infelizmente;

Então que seja assim para todo o sempre.