Neste momento percebo a ausência do sol,
E nem a lua consigo ver, já não difiro noite do dia,
E toda estrela é você, bem sabe tirar-me do chão,
Como a maestria de quem ama, amor. Não mais ilusão.
Esquecerei adjetivos e viverei agora de verbos,
Os que dão real sentido a vida, amar, sonhar, viver,
Não ouvirei lamentos, descontentamentos, pra que?
Há uma noite que não se acaba e não posso descrever.
O dia perfeito a noite perfeita a vida perfeita...
Num céu que já não cabe em mim, o que será?
Se estiver, a luz do mundo parece acender,
Se vai, me falta o ar, me sinto morrer.
Mas ao senti-lo novamente brasas acendem meu ser,
E sorvo tua vida, alimentando-me do teu prazer,
Nutro-me de você, como quem não quer nada,
Te consumo, te deixo fraco, submisso ao meu querer.
Animal da noite, faminta, sedenta, sacio-me,
Voraz em busca das fraquezas de minha presa,
Percorrendo curvas sinuosas, extremo a sensação,
Já exausta da viagem, repouso meu coração.