MEIGO CIÚME
Não desejo que se estranhe minha flor!
Mesmo que o instante se valha do final.
Se a desconfiança não suplanta o amor...
Faz-se absoluta a pura crença no irreal.
Não vejo aptidão para este fundamento...
E permito ser algo mais que a aparência.
Só não admito que seja um instrumento...
Este meigo ciúme doentio qual essência.
Sinta a circunstância e me compreenda...
O exato tamanho deste puro sentimento.
Não me julgue assim, não me repreenda...
Esta paixão de nós dois neste momento.
Observe o contorno no retrato revelado...
Que se apossou de nós como por magia.
Será possível que tudo o que foi ansiado...
Não passou de uma incerteza e fantasia?
Qual amante se doa no sincero destemor...
À amada, e envia flores com este esmero.
Não mede as boas palavras e sente calor...
Quando o assunto é desejo e tão sincero.
Sabe que este vento nos levará ao norte...
E nesta bússola inventada o rumo definido.
Serei este timoneiro neste barco e a sorte...
Abraçada a ti e mim, e no que for decidido.
Pirapora/MG, 09 de dezembro de 2009.