O amor e a raiva



O amor é um sentimento sublime que, dizem, supera todos os outros
Mas na essência a sua força depende, de nossa mais íntima escolha
A vida é um caldeirão cozendo uma sopa de sentimentos
Fica difícil escolher, para tomar, o melhor ingrediente

Uma hora a raiva aparece, é sedutora a danada
E o amor tem que conviver com a prima desatinada
Para poder escolher é necessário ter paciência
Medir bem as palavras num gesto de coerência

Pelos frutos se conhece a árvore, diz a lição
Os frutos do amor são doces e desejados
E fazem um coração realizado
Os da raiva, por sua vez, são desastrosos

Ainda a raiva insiste, não depende do intelecto
Nasce na lavoura do coração como erva daninha
Cresce junto com o amor e é capaz de matá-lo
Mas podemos arrancá-la com a foice de nossas escolhas

Se já provocou algum estrago
Não se sinta culpado, recomece o plantio
A lavoura do coração é fértil
E seu adubo é a humildade
Astúrio Passos
Enviado por Astúrio Passos em 09/12/2009
Reeditado em 09/12/2009
Código do texto: T1968720
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