MEU PRECONCEITO
A minha pele tinha a cor do preconceito.
Não era negra como os caboclos africanos;
Era negra da escuridão de minha mente.
A minha voz tinha um timbre rouco.
Rouco de um preconceito que me emudecia...
(Do meu vocabulário, a melhor palavra era o silêncio!)
Eu tinha sonhos camuflados,
Desejos renegados,
Saudades mal sentidas.
Sentia ódio dos apaixonados,
Duvidava da fé de todo o mundo;
Acreditava cegamente na perfeição do imperfeito...
Eu era assim:
Como um andarilho errante,
Acreditando merecer ter seguidores...
Até que ela segurou a minha mão,
Me acariciou a pele, beijou-me os lábios...
E tornou-se a menina dos meus olhos!!!