Cena muda

Deixei a porta da minha vida aberta para você

Não escutei conselhos nem da consciência

Subjuguei as dores do passado

Não me importei com os exemplos outros.

E deixei que você penetrasse em minh’alma

Entreguei meu tempo, meu corpo, meu pensamento

Enchi minha vida de cores luminosas

E fiz de cada passo meu uma música para você.

Dei-me tanto, vivi-te tão intensamente

Até perceber que estava sozinha

Falando sozinha, sentindo sozinha, sofrendo

Uma dor que não era de ninguém, só minha.

E mergulhei nas minhas lágrimas

Sentindo as feridas que eu mesma causei

Vivendo as dores de punhais que eu me atirei

Sofrendo sozinha minhas próprias lástimas.

E sofri tanto, e tanto chorei

Que me esvaí e meu coração tornou-se árido

E minha vida novamente só ficou

Sem cor, sem música, sem ninguém.

Fecha o pano. Rápido! Para sempre...

Rosimere Ferreira
Enviado por Rosimere Ferreira em 18/07/2006
Código do texto: T196581