Cena muda
Deixei a porta da minha vida aberta para você
Não escutei conselhos nem da consciência
Subjuguei as dores do passado
Não me importei com os exemplos outros.
E deixei que você penetrasse em minh’alma
Entreguei meu tempo, meu corpo, meu pensamento
Enchi minha vida de cores luminosas
E fiz de cada passo meu uma música para você.
Dei-me tanto, vivi-te tão intensamente
Até perceber que estava sozinha
Falando sozinha, sentindo sozinha, sofrendo
Uma dor que não era de ninguém, só minha.
E mergulhei nas minhas lágrimas
Sentindo as feridas que eu mesma causei
Vivendo as dores de punhais que eu me atirei
Sofrendo sozinha minhas próprias lástimas.
E sofri tanto, e tanto chorei
Que me esvaí e meu coração tornou-se árido
E minha vida novamente só ficou
Sem cor, sem música, sem ninguém.
Fecha o pano. Rápido! Para sempre...