CATACLISMOS, BABY, E DAÍ?

Eu vejo o zíper do céu abaixado,

por onde anjos enegrecidos pela fumaça

dos combates rolam, urrando

a música que não cabe nas harpas.

Eu vejo a justiça nua e sangrada no ventre

envolta nas serpentes da ironia

e os cataclismos aparecerem, enquanto

cada adão na fila errante descia expulso

às favelas minotáuricas dos esqueletos

pendurados nas árvores, nas mãos a fórmula

de uma raça errada escorre o sangue das desculpas

que divertem os tribunais

No túmulo do deus dos trovões e dos raios

o urubu aguarda a nuvem ocultar o sol,

então, o tropel místico da ignorância

estremecendo as estradas soluçantes

dos coiotes e das velhas vadias, apresenta

o marginal conspiratório dos heróis,

cujos delírios grafitados nos muros dos quartéis

inaugura o estágio final da covardia,

o que você queria? são assim mesmo os cataclismos, baby, e daí?