INQUIETAÇÕES
Foi só chuva ciclonal que insiste em verter
da verdade não revelada
que esconde o teu querer?
Não há mais sol no nosso céu,
nem orvalho no dia que se inicia,
não há agasalhos nas noites frias?
[Não há mácula no meu véu]
Há rascunho borrado por lágrimas
da saudade imorredoura
que poreja destilada, imaculada,
da nascente em manjedoura.
Há o vácuo em calidoscópio,
vão abissal de impressões cambiantes,
fragmentos em reflexos destoantes,
que desafia a simetria dos amantes.
[Na pintura não há desonra, labéu]
Foi só chuva pirotécnica,
sensações em artifícios,
recurso engenhoso sem compromisso?
Há verdade revelada no beijo ignoto...
O teu querer foi traduzido
no ímpeto de todo gozo.
[Não há criminoso... Não há dolo]