ESTRELA CADENTE

E eu caminhava pela estrada de chão,

Que ia cortando o vale e os morros tão perto,

Eu pisando o barro da estrada crua em cada passo,

Que se ia estreitando ao longe, perdendo-se da vista.

Lua branca no céu, clareando todo caminho,

Formando sombras que até faziam medos,

E o céu salpicado de estrelas me seguia,

Diamantes reluzentes pregados no teto do mundo,

Cintilando mais luzes, pintando a noite de mistério.

Olhos na estrada que seguia ainda longe,

Pensamentos viajando naquele céu encantado

Vagando entre as estrelas, ora descansando na lua,

Buscando no peito o poeta, então quieto, sem verbos.

Céu também quieto, aninhando a lua,

Estrelas espalhadas desordenadamente,

E a brisa da noite tocando meu rosto,

E eu caminhava e me embebedava em êxtase.

E exatamente quando pensei em ti,

E a desejei ali comigo, caminhando assim,

Olhado comigo o céu tão lindo, a lua tão nua,

Uma estrela se revolta e se faz cadente,

E corta o céu num risco de fogo,

E vai se esconde atrás do morro,

E lá fica, só espreitando meus pensamentos,

Talvez chamando todos os anjos,

Para benzer as minhas lembranças tuas.

EACOELHO

Eacoelho
Enviado por Eacoelho em 04/12/2009
Código do texto: T1960727
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