AMOR, ÓDIO E INSENSATEZ
"Para Adão, o paraíso era onde estava Eva."
Mark Twain
Aquele homem assassinou
a serenidade do seu sexo.
Ele era bruto, forte e feio.
E, você gostou da ferocidade,
você cedeu àquela fortaleza.
Você chegou a ver encanto
onde nem havia beleza.
Aquele homem furtou
a pureza de suas entranhas.
Ele te fez mulher...
Você se contorceu, gemeu,
você se entregou e gostou.
Sentiu um prazer assustador
que nem ele mostrou que sentiu.
Aquele homem jamais saiu
de sua memória. Ele a persegue.
Você ainda ouve aquela voz,
você ainda sonha com a cena.
Você sozinha ainda
se contorce e geme,
sente a mesma dor,
goza o mesmo gozo.
Incrível! Você ainda faz amor com ele,
mesmo com ele ausente fisicamente.
Aquele homem deixou
em você um pouco dele.
Você se lava, mas não se limpa,
e nunca se livra daqueles restos.
Ele é o espectro do seu pesadelo.
Ele é a imagem que surge hoje
quando você fecha os olhos.
Ele é miragem e lembrança,
seu passado e seu presente.
Estranhamente ele é o homem
de quando você faz amor sozinha.
O que você sente por ele,
é alguma coisa que se situa
no ínfimo território
que existe entre o
amor, ódio e a insensatez.