Não quero Sentir…
Saudades
No teu
No meu
Partir
Recuso-me ao óbvio
Não quero Sentir…
A chuva sobre mim
O frio
O calor
A alegria mais pura
A mais cruel dor
A Vida
Que é uma febre
Benigna
Que me orienta
Que me domina
As Estrelas
E o seu apelo irrecusável pela Eternidade
Que são a luz
Que iluminam os meus crepúsculos
Fonte inesgotável
Da minha infinita interioridade
Um beijo
Os nossos corpos um no outro
Esse chamamento
Pelo que temos de mais humano
Por uma humanidade
Onde me reconheço demasiadas vezes
Mal da qual receio a caducidade
O peso do mundo
As palavras
Ditas ou escritas
As imagens
Dos vossos valores
Dos meus
Dos meus ideais
Queria viver
Num espécie de bolha
Inter uterina
Esquecido de Tudo
Pois se para mim tudo é dor
Tudo
E o todo
É uma inexplicável Felicidade
Que não queria
Mas sou incapaz
De Viver sem Sentir…