TU

À S. cujo amor e amizade se fundem num sentimento belo, belo, belo

TU

És como o templo

De Deus

Que em tempos conheci

As portas estavam abertas

Para o infinito

Mas não sentia

Que também para mim

Tu

Ainda te sentes mal?

A última conversa

Deixou-te um gosto amargo na boca?

A mim também

E por instantes

A minha alma andou louca

Tu

Mas o que te digo

O que te faço

Vem do fundo da alma

Das entranhas do coração

E por isso não acho

Que seja uma desilusão

Tu

Porque uma amizade

Também se constrói sobre brasas

Sobres cacos de vidro

E no fim dessa dor

Nós sabemos quem é o amigo

Tu

Tudo o que digo

Tudo o que sou

Vem do fundo do que tenho de mais bonito

Algo que a treva que me assombra

Ainda não com ela levou

Tu

Não tenho vocação

Para ser Jesus

Para pregar no deserto

Pois imensas vezes

Nem sei se o meu caminho é o certo

Tu

Iluminas essa estrada

Por onde eu ando

Sempre andei

Iluminas com a tua força

Então sinto-me honrado por ti

Que afinal

Sou certa maneira uma Pessoa de facto iluminada

Tu

“Gosto de gostar de ti”

Uma frase que pedi emprestada

Para te dizer

Que quando não me brilhas

Me sinto pouco mais do que nada

Tu

Pois esse gosto

Ultrapassa as nossas diferenças

Imensas contrariedades

Gosto de ti

Do fundo dos tempos

E não calo

Nem jamais calarei essa verdade

Tu

Duvido de muitas coisas

E um dia nessa encruzilhada

Até me perdi desse Deus

Do meu Invisível

E até lamento

De tanto não acreditar

Mas acredito nas coisas sensíveis

E nunca duvides

Que da forma que quiseres

Ao teu lado gostaria de estar

Tu

Pois apesar de não entenderes

Como eu queria

O meu pacto de morte

E de vida

Com as estrelas

Sabes que te amo a ti

E a elas

Porque há certas pessoas

Que possuem uma certa sorte

A minha é conhecer

E estimar-te

Da maneira como bem entenderes

Porque por demasiado “porquês”

És das tais

Que nunca

Jamais

Em realidade

Em tempo algum

Quereria perder

Tu