Uma história de renascimento
Caminhei por mundos onde a vida não foi em vão,
fiz o sorriso que comungavam da mesma força que sou,
segui mais e mais até as esquinas sombrias
onde a luz não alcançava a vida e olhei nos olhos da noite,
a lágrima brotava primavera sem cor.
Corpos frios marchavam no mesmo compasso,
lado a lado em dissabor,
dobrei a esquina tentando enxergar o que mais existia,
no lado do mundo onde o sol não era mais que uma sombra
e na busca por verdades quase sempre escondidas.
Uma gota de orvalho lutava por manter viva a semente
encontrou-me nas sombras daquelas ruas distantes
da paineira que viria a ser a fé
nascida nos corações duros e descrentes.
Ao desviar meus passos não querendo causar-lhe mal
fui alertada pela voz áspera que me dizia dos caminhos,
cabe a cada um, a semente deveria ser esmagada.
para então dar forma ao sonho de germinação.
Deitou a voz um raio sobre a pobre semente
até então amparada pelo orvalho.
O orvalho? Não o vi mais, a semente rachou-se ao meio,
imediatamente vi surgir o primeiro verde,
o broto persistente seguiu subindo paredes,
invadindo telhados, tomando prédios com seu abraço.
Enquanto subia, tragava forte o tom cinza que coloria o espaço,
e o sol, ao ver-lhe, decidiu-se por esforçar-se também,
lançou mão do comodismo, estendeu com toda força seus raios.
até encontrar a folha que de sua luta não desistia,
ao tocá-la, uma grande explosão pode-se ouvir,
acreditou na semente que se rachou germinando a vida.
Rompeu-se toda barreira, os dois mundos tornaram-se um,
os homens também mudaram,
já não andavam no mesmo compasso, tornaram-se únicos.
e nessa diferença nasceu a cor,
fazendo a referencia ao arco-íris que saudava o mundo.
A árvore cresceu, deu frutos, d'outras sementes germinaram folhas,
cada qual com seu ideal, lutando sempre com muita insistência.
para ver no novo mundo, homens unidos e sem carências,
sob a sombra fresca da grande e frondosa paineira.
02/06/2006