Acompanha-me numa taça de cianureto

Por que será que tento te matar

e não consigo quando a tenho nua aqui

desprotegida

e sonolenta?

Era tão fácil

vesti-la num belo espartilho

e perfumá-la

lhe fazer um poema

colocar rosas vermelhas em suas mãos

beber com você uma taça de cianureto

e amanhecermos geladas e agarradas

eu poderia lhe matar assim poeticamente

mas como fazer isso?

se prefere morrer

de forma estúpida: ou num acidente de trânsito,

numa tocaia

Já que terá que morrer um dia

acompanha-me numa poética morte lenta

morra dignamente amada

é melhor do que com o fígado despedaçado por uma cirrose hepática

ou por um efizema pulmonar

estúpido gerado por um cigarro barato.

Lu Maximo
Enviado por Lu Maximo em 01/12/2009
Código do texto: T1955406
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