EU ESTOU CANSADO DE TUDO ISSO
Quem sabe não metrificamos os poemas demais
Concretizamo-os demais
Institucionalizamos o discurso demais
Quem sabe não conceituamos a arte demais
Ao ponto de perder o próprio conceito
Quem sabe nos refinamos demais
E agora não conseguimos suportar o brutal
Quem sabe não levamos a literatura a sério demais
Próximo demais do desencontro literal da compreensão
Quem sabe ingerimos soluções demais
E agora estamos todos embriagados pelos egos.
Quem sabe criticamos demais por não ter nada a dizer.
Quem sabe não morremos de inveja dos ignorantes
E agora usamos a justificativa fraudulenta do intelecto
Para deturpar sua felicidade incondicional que não se encontra nem mesmo nos livros Gaarder.
Quem sabe?