MENINO HOMEM
Quando amanhece o dia eu escureço
Fecho-me igual dama da noite
Mas quando o sol se põe e nem uma fresta de luz em meu caminho se opõe
É que me desvendo!
São as horas em que não me resumo
É quando tiro a maquiagem e de rosto nu
Me consumo!
Porque em mim mora a antítese do bom menino
A fome da paixão imprópria
A loucura em doses de amor
Ardo-me em febre
Mas não sinto dor
Posso ser o Pierro de qualquer colombina
As sapatilhas nos pés da bailarina
Até mesmo um poeta... Desses que invade os sonhos
De qualquer menina
É por tudo que não me defino
Nem me resumo
Porque quero e posso ser muitas coisas
Mesmo que seja somente para meu próprio consumo!