Minha Jasmin-manga
Minha Jasmin-manga perfumada.
Branca nas faces (mas um tanto corada),
Amarela no âmago (alegria amarelada).
Minha Jasmin-manga, perfeita e ensolarada.
Que escondes no amarelado
De ti mesma, ao fundo?
Acaso amas teu namorado,
Ou esnobas por prazer este vagabundo?
És tu, Jasmin-manga, que me faz
Sentir feliz em meio ao verde jardim.
É teu perfume que me traz
A plenitude que não traz outra jasmin.
Jasmin-manga, tão branca e tão loura és!
Teu olhar reflete o azul do céu.
Quando os contemplo, perco o chão sob os pés,
Quando te vejo me sinto um reles réu.
Ah, como queria te colher
Numa tarde quente de verão
E, então, te levar pra ver
O que há além do quarteirão.
Ah, teu perfume me enlouquece
- e também me enjoa, minha flor -
Ele é tão doce que parece
O cheito do sol a se pôr.
Ah, Jasmin-manga, por que és tão cruel?
Tua beleza muito engana, sabe?
És linda, singela e doce como o mel,
Mas tens uma frieza que não lhe cabe.
Como podes ser tão fria, se és tropical?
Aí é onde está em ti o que me fascina!
Até que ponto és o encontro de bem e mal?
Ah, Jasmin-manga que me alucina!
Se lhe falo duramente, minha flor,
É porque me fizeste assim!
Escondendo-se tão alto, rejeitaste meu amor,
Mas eu sabia o que viria por fim.
E então, Jasmin-manga, quando enfim
Chegar o inverno e cairdes de tamanha altura,
Te pegarei do chão para mim
E verás quão valiosa é a doçura.
Quando chegar o tempo certo,
Tu serás minha e eu serei teu.
E estaremos, Jasmin-manga, muito perto
Do passado que se esqueceu.
William G. Sampaio [6/11/09]