Quando o amor bate à porta
Espreito seus movimentos por trás de cortinas invisíveis
Enrolo-me em neblinas da manhã, estou tão longe de casa
Tento ser forte e lutar contra o vento que quer me derrubar
Aqueço o gelo do dia com meu amor que bate à sua porta
Quando menos você esperar o novo pode acontecer
Um olhar diferente quebrará sua rotina em mil pedaços
Um caleidoscópio de novas cores abre-se à sua frente
Nada do que se viveu antes pode ser repetido em laboratório
Por isso me assusta o porvir nesse futuro tão incerto
Se pudesse prender você pra sempre em minha bola de cristal
Amarrá-la na eternidade de um beijo apaixonado
Mas este tempo é tão estranho, tantas nuvens cinza nesse céu
Ás vezes me sinto como um pára-raios de tempestades
Gritando mais forte que as trovoadas que abalam a cidade
Braços abertos na chuva que cai sobre a colina
Ouvindo de longe o solo de uma guitarra solitária
Tentando ordenar meus pensamentos e afugentar minhas dúvidas
Tantos erros cometidos sem razão de ser, uma confusão de sentimentos
Sem entender porque agimos tão alheios à nossa vontade
Incrédulo com os passos que damos em direção ao abismo
Tenho medo de fechar os olhos e acordar num outro plano
Ser outra pessoa com memórias trocadas de um viver já vivido
Olhando imagens de um quebra-cabeça girando no ar
Tentando alcançar essas peças em pulos tão curtos
Sou um anjo que escolheu deixar a imortalidade por você
Ainda tenho minhas asas, mas não consigo alçar vôo
Preciso de seus abraços, de seu carinho nesse recomeço
Tudo em que acreditei deve ser reformulado nessa nova vida
Estou batendo a sua porta nesse dia de chuva, suplicando seu tempo
Não trago flores ou chocolates, só o meu amor numa caixinha de cristal
Abrigue-me em seus braços no infinito desse momento breve
Nada mais importará se você conseguir sentir as batidas de meu coração