Deixe-me entrar!

O dia amanheceu e a voz doce e sonolenta soava,

Delicada e rouca com um timbre que me encantava.

Por poucas e maravilhosas horas, tantas palavras

E sensações florescendo em milhares de lavras.

Sutil e invasivo, um quê de algo que não sei dizer,

Foi tão inesperado como um ritmo a me envolver,

Com um compasso consensual para os meus pés,

Virou-me ao avesso, fora e dentro tudo ao revés!

Num delato impensado minhas inspirações fluíram,

Incontidos, tempo e espaço no momento ruíram.

Formidável delírio, produzindo um louco fascínio,

Ás favas com a razão, só a emoção teve domínio.

Abra a porta do teu labirinto eu preciso adentrar,

Descobrir os teus mistérios indeléveis sem par!

Deixe-me romper as cadeias e acender teu pavio,

Vou libertar tua fera e me lambuzar no teu cio!

Priscila Neves
Enviado por Priscila Neves em 01/12/2009
Reeditado em 01/12/2009
Código do texto: T1954537
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