Bem-aventurados os mansos

No encontro das Alianças

Com as bem-aventuranças

Falava o Mestre amado

Aos seus e pra multidão

No encontro da Lei com a Graça

Sem gritos nem ameaça

Seu gesto e seu recado

Tratavam de mansidão

E num país subjugado

Aprouve ao Mestre amado

Bem-aventurar os mansos

Porque a terra herdarão

Que terra seria essa?

Que preciosa promessa?

A pátria de seu descanso?

Espécie de céu no chão?

O manso sabe o segredo

De renunciar sem medo

Aos ícones deste mundo

Tão passageiro, tão vão

E nem mesmo o dedo em riste

De um mundo espantado e triste

Assusta por um segundo

O manso em adoração

Pois Cristo, o Senhor de tudo

Igual um Cordeiro mudo

Sem honra seguiu, sem nada,

Pra cruz, nossa salvação

Mas nem essa morte inglória

Barrou a sua vitória

E a Vida ressuscitada

Triunfa em ascenção

E assim o manso caminha

Na fé que o Mestre tinha

Que o amor do Pai tudo encerra

Sob sua bondosa mão

E mansamente se entrega

E a mansidão ele prega

Pois mesmo ao pisar a terra

Seu pé não se prende ao chão

Wolô (23 de setembro de 2009)