RECADO) AMOR RECENTE AINDA!
Há cinza no cinzeiro,
E o fogo não se apagou...
O amor NÃO te magoou,
Pois o amor é cavalheiro
Para acender a chama;
Para te aquecer no frio;
Para te deitar na cama;
Para buscar água no rio...
Distante o fogo na pega
E a cinza: - o vento leva...
Mas o amor nunca nega
Foi assim com Adão e Eva.
Sabe?... - a carne é pecadora -,
Por isso a vontade é prazerosa
Mas nossa alma é tal como a rosa:
Resiste ao espinho sem ser sofredora.
Tu hás de colher o bom fruto
De um grande amor abençoado...
Pois não se legitima o usufruto
Dum amor que não foi doado.
A nossa escrita será testemunha
Do nosso contagioso idilismo...
E nos versos que a gente compunha
Brilhará poucos sinais de altruísmo...
Todas as noites, um luar complacente
Cuidará de revelar aos novos poetas
Um poema nosso, que será reminiscente;
E nele lerão repetitivas palavras diletas...