Letras 0868 - Mata-me
Mata-me, o corpo saudoso do teu,
as vontades que embrulho nos lençóis,
a areia fina que corre na ampulheta,
o sem parar do tempo inteiro
fazendo-me metade vivo outra não.
Mata-me quando for madrugada,
com voz rouca de prazer e perdão,
gira o destino que procuro há muito,
molhe como chuva, escorra a pele,
quero sentir meu gozo perdido em ti.
Mata-me com uma morte bem apressada,
deixem que falem nos meus passados,
vozes não machucam, não muda o amor,
vem sorriso de menina, boca de beijo,
dá-me logo, hoje, o sabor que implorei.
Mata-me em qualquer estação do ano,
em uma situação qualquer de nós dois,
em silêncio aceito o que decidir de ti,
volto e mata-me, um pouco esta noite,
espero e dou paixão, e o amor que já é teu.
30/11/2009