Libélulas...

Blusinha azul combinando com os brincos,

saia minúscula de babadinhos rodada

pérola

cabelo meio preso, soltando fios nas costas peladas

face leve,

sorriso ingênuo de menina travessa.

Bem devagar ela chega e abandona os chinelos

ainda na sala – se é que se pode chamar de sala

um casebre mínimo – um paiol,

três passos no máximo encontra logo minha boca

senta-se dengosa na cama

como cigana

bem a vontade sem algemas e sem medo

a gente se pega,

se come,

se consome...

Ela suave _ retira os brincos

eu desamarro o laço da blusa

e vejo as libélulas uma sobre a outra

nas costas descendo e subindo direção à nuca

a vejo nua

toda nua

completamente nua...

pedindo que a sugue em sua posição convidativa,

meio de lado, de bruços...

Ela me compara a um gato selvagem

que devora o pequeno pássaro, sem chance

de sobrevoar ou sobreviver,

de sair de suas garras sedentas

e devoradoras

Estamos a vontade _ nuas

como elas, intensamente

como se tivéssemos somente 24horas

de vida,

de desejo que não acaba...

Sejamos então como as libélulas

viveremos intensamente como der

e vier

e quiser...

Lu Maximo
Enviado por Lu Maximo em 29/11/2009
Código do texto: T1951182
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