Passarela das solidões
Você, Rainha da noite
desfilando na madrugada
de braços em braços tu vives
sem ao menos saber o que quer
fazes da noite teu meio de vida
pêlos bares da vida vais bebendo
tristezas, no cálice das ilusões.
vende teu corpo a quem da mais
pelo simples prazer de uns minutos
acalmar a fera que vive em você
sem importar ou pensar no amanhã
quando a noite acaba, partes só.
sem ninguém, sem um peito amigo.
a, ampara-la na passarela das solidões.
onde desfilas, buscando pôr guarida.
no seu quarto em frente ao espelho
enxuga a lagrima que rola no rosto
retira a maquiagem e se decepciona.
pois descobre que não tem mais nada
alem de seu corpo, velho e cansado.
de rolar nos braços da desilusões.
vovonei
Balneário dos Prazeres, 1982