Alma efêmera
Despretensiosamente, fiquei ali
Na quietude, vendo o tempo diluir-se
Melancolicamente no profundo
Espaço dos meus ecos silenciosos.
Enquanto uma gota de suor
Fazia uma trilha em minha têmpora
Tudo era silencio. A poesia torneava
Os anjos da minha imaginação
Na louca e magnífica paz.
La fora, a paisagem desnudava-se,
Contorcia à tarde preguiçosa
De um coração nefastamente solitário.
A brisa inebriava com a pouca
Ardência do sol, quase desnudando
A noite que queria nascer.
Miseravelmente eu não sabia mais
Discernir a realidade das minhas chagas.
Talvez um olhar, um sorriso, um gesto
Que fosse, poderia me silenciar por dentro.
Larguei a caneta dos meus pensamentos,
Nestes versos escondidos de metáforas
Ou um falso extra modernismo que eu
Chamaria de trechos obscuros
Ou obscurantista de uma alma efêmera.