" Amor, perdoa-me " de Susana Custódio
"Sem perdão" de Edson Gonçalves Ferreira
(Poemas escritos em anadiplose)
AMOR, PERDOA-ME
Susana Custódio
Foram tempos muito lindos,
Muito lindos os tempos que juntos nos amámos;
Juntos nos amámos em completa loucura,
Em completa loucura, vivemos a nossa paixão...
Vivemos a nossa paixão como a fúria de um vulcão,
Como a fúria do vulcão que expeliu a lava,
A lava esfriou e transformou-se em pedras,
Em pedras, se tornou o meu coração...
O meu coração, agora, está frio
Acabou-se a emoção, perdoa-me, amor!
Amor, perdoa-me por não arder em mim a chama,
Em mim a chama se apagou,
Perdoa-me, amor!
Sem perdão
Edson Gonçalves Ferreira
Tu eras pedra e não pérola,
Por ser humano demais, confesso, não vi pedra.
Sem o fogo do meu amor, não és mais perola, não brilhas mais...
Tu eras pedra e desperdicei perfumes contigo.
Era pedra e não pérola, e mil pés e mãos morriam por um gesto meu,
Perdi finas sedas contigo,
E milhares de corpos esperam, aflitos, ó pedra maldita!
O toque vigoroso do meu...
Fui sacrílego, entregando-me a ti, eras pedra e não pérola.
Nem Judas és, nem nome tens,
Nem o nome de qualquer pedra,
Essa digna é, mesmo não sendo pérola,
Calça uma casa, um muro,
E tu não serves para nada, não és pedra nem pérola.
És o que Deus esqueceu e o que, imprudente, tentei criar.
Do poema "Sem Adeus", de Edson Gonçalves Ferreira, publicado no livro "Beija-me em Paz", em 1987).
"Sem perdão" de Edson Gonçalves Ferreira
(Poemas escritos em anadiplose)
AMOR, PERDOA-ME
Susana Custódio
Foram tempos muito lindos,
Muito lindos os tempos que juntos nos amámos;
Juntos nos amámos em completa loucura,
Em completa loucura, vivemos a nossa paixão...
Vivemos a nossa paixão como a fúria de um vulcão,
Como a fúria do vulcão que expeliu a lava,
A lava esfriou e transformou-se em pedras,
Em pedras, se tornou o meu coração...
O meu coração, agora, está frio
Acabou-se a emoção, perdoa-me, amor!
Amor, perdoa-me por não arder em mim a chama,
Em mim a chama se apagou,
Perdoa-me, amor!
Sem perdão
Edson Gonçalves Ferreira
Tu eras pedra e não pérola,
Por ser humano demais, confesso, não vi pedra.
Sem o fogo do meu amor, não és mais perola, não brilhas mais...
Tu eras pedra e desperdicei perfumes contigo.
Era pedra e não pérola, e mil pés e mãos morriam por um gesto meu,
Perdi finas sedas contigo,
E milhares de corpos esperam, aflitos, ó pedra maldita!
O toque vigoroso do meu...
Fui sacrílego, entregando-me a ti, eras pedra e não pérola.
Nem Judas és, nem nome tens,
Nem o nome de qualquer pedra,
Essa digna é, mesmo não sendo pérola,
Calça uma casa, um muro,
E tu não serves para nada, não és pedra nem pérola.
És o que Deus esqueceu e o que, imprudente, tentei criar.
Do poema "Sem Adeus", de Edson Gonçalves Ferreira, publicado no livro "Beija-me em Paz", em 1987).