Amor...flecha que dói...
Enquanto uma
partita de
Bach
vai soando
acordes
num violino
afinadíssimo
de Isaac Pelman
todo meu ser
passa a sentir
este dia
como se fosse
um prenúncio
de quem chega
beirando
as lacunas
deste tempo
memorável
em que você
com algumas
palavras
surge no
meio da tarde
para me
deixar de
presente
o teu beijo
e o teu amor...
Desato então
um novelo
embaraçado
e feito de
confusões
para poder
te sentir
desembaraçada
de tuas dúvidas
que podem
se tranformar
em amor
ou então num
desinteresse
cruel
desses que
nenhuma
força pode
erguer
senão
no alívio que
traz a
compreensão
dos atos
perfeitos ou
mesmo
dos imperfeitos...
O que deve ficar
em mim
é o teu olhar
com esse
brilho sempre
indagador,
questionador
e amante...
Ah...não diga
mais nada, amor,
pois os arrebatos
perfilam
como se fossem
soldados
cumprindo uma
missão
onde o próprio
comandante
é você mesma
nessa tua
vontade férrea
de se sentir
a vencedora
de uma guerra
que nem é minha
mas apenas
tua...
Onde está teu
beijo?
Onde está teu
amor?
Onde está o
teu desejo?
Onde está o
teu carinho?
Ah... sei...
O gato
comeu...
Sim...
O gato comeu.
E quando o
gato come
há um silêncio
que paira no
ar revelando
que existe
em você
como um karma
nesse resistir
para o qual
nem se pode
pensar em
insistir...
Então...
numa vontade de
gritar,
as palavras se
tingem
de vermelho,
porque nada
pode ser feito
já que a
desilusão
pode ser
como uma
arma
apontada ao
desamado
que sem
chance acaba
mesmo
num vão triste
da pura
desilusão...
Ah...você
que diz que ama
e que faz da tua
vida um
paradigma
do bem viver,
vem me mostrar
na tua práxis
que ensinamento
pode restar
se passo o tempo
querendo o
teu amor
e tenho de
revolver
a cada instante
as cinzas
deixadas
por você
bem no meio
do meu
caminho ?
Hum...
palavras
de meiguice
que o tempo
transforma
no dia-a-dia
em arcos
retesados...
Você,
flecha
que dói.
E dilacera...
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Autor:Cássio Seagull
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Poesia que fiz em 27-11-09 às 16 h em SP
Lua crescente – sol – 28 graus
Beijos e abraços para você...bom sábado [love]
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