Entre as palavras
Não tenho o corpo fechado,
E aceito as chagas deixadas do amor,
Pois acredito que cada beijo trocado,
Não se mistura somente o sabor...
Pois até o pássaro que havia nos observado,
Entendia o que há por entre nosso olhar...
Como se soubesse do fato consumado,
De duas almas prestes a se entregar...
Que como ele, voaria para bem longe das espécies,
E dos olhos que não acreditam no mundo...
Para sentir apenas um amor que cresce,
E cresce, a cada segundo...
Pois ele não está somente no corpo que fala,
E não tão somente nas mãos que por ele percorrem...
Nem no perfume, que insistentemente exala,
E nem nas lágrimas que nos comovem...
Pois nos dois sabemos onde a guardamos,
E de mesmo modo, sabemos onde a encontrar,
Pois o importante é saber a maneira que nos amamos,
E o modo ao qual nos dispusemos a amar...
Então quando verde e o preto, se perderem no asfalto,
Não pense em adeus, pois eu vou voltar,
Pois como as estrelas que brilham lá no alto,
Encontrei em você, o meu modo de brilhar...
Pois sinto-me assim, radiante!
Pois sei que é diferente, de qualquer maneira...
E mesmo que isso não fosse relevante,
Sei que esse amor representa uma ordem verdadeira...
Se te amo? Pode acreditar que sim,
Mesmo que o tempo fale que não,
Mas eu acredito que o eterno não tenha fim,
E é eterna, que lhe reconheço no meu coração...