Sempre...
Você influi nas marés
Que revoltam meu interior,
Que reboliça com seus cabelos meus ventos.
Você circunda meus limites...
Bem poucos,
Mas, liberto de tudo, de todos.
Você medita em minhas preces,
Falseia em minhas quedas,
Me segura nos abismos à frente.
Você, sempre você que a vida levou,
Sem saber que ainda estou por aí,
Hoje, aqui na saudade de lá,
De tudo que a fumaça encobriu,
Também sem saber que sou penetrante,
Ultrapasso tudo e a encontro
Frente a frente,
Corpo a corpo num delicioso sonho
Que a vida e ninguém podem tirar.
Você, sempre você,
Sem nome, sem idade,
Sem vertentes e desvios.
Você, sempre você,
Única pela vida que não é nossa,
Mas também, não é de ninguém,
E tanta para quem vive de solidão,
Eterna para quem tem você...
Sempre você, em minhas incoerências.