Apagando-te...

E apagar-te deste papel, destes muros

desejo ardentemente

mais que pude desejar-te, um dia sequer...

e me conter, em silêncio e preces

muito intensamente,

embora ainda sejas a razão dos meus delírios noturnos...

guardar, em secreto meu querer

distante de teus olhos dourados

morder-me, enlouquecer-me na ausência

em tua branda ausência, mortalmente irremediada

provar a longura dos dias amargos

enlaçando-me entre as lembranças das doces e frias tardes

da paixão emergente, d'um inverno qualquer

quando tuas mãos percorreram as minhas

guardar e, depois, esquecer as noites de espera

agora...sem ti...

agora... é só a nostalgia

depois... a morte.

Anna Beatriz Figueiredo
Enviado por Anna Beatriz Figueiredo em 26/11/2009
Código do texto: T1946166
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