Apagando-te...
E apagar-te deste papel, destes muros
desejo ardentemente
mais que pude desejar-te, um dia sequer...
e me conter, em silêncio e preces
muito intensamente,
embora ainda sejas a razão dos meus delírios noturnos...
guardar, em secreto meu querer
distante de teus olhos dourados
morder-me, enlouquecer-me na ausência
em tua branda ausência, mortalmente irremediada
provar a longura dos dias amargos
enlaçando-me entre as lembranças das doces e frias tardes
da paixão emergente, d'um inverno qualquer
quando tuas mãos percorreram as minhas
guardar e, depois, esquecer as noites de espera
agora...sem ti...
agora... é só a nostalgia
depois... a morte.