Fado do Amor

As minhas palavras voam pelo espaço

E eu não sei o que sentes quando as lês

Que engrenagens verdadeiramente se movimentam

Ou sequer se estes versos chegam a ter significado

Terão de certo uma mensagem sussurrada em cada estrofe

Para cada pessoa a minha obra terá uma perspectiva

Qual será? É um mistério tentar entender!

Uns leêm o Amor, outros a Paixão, alguns quem sabe Saudade

E Tu? Que sentirás Tu? Nesse teu recanto de silêncio

Será que estas palavras quebram a tua prisão?

Escrevo pela bárbara necessidade de libertar o meu peito

É o ar que respiro para ir sobrevivendo à dor de um Amor

Que Tu e só Tu catalogaste como sendo impossível

Estes são os textos dos meus sonhos, as imagens da minha alma

As partituras da música, que o bater descompassado do meu coração cria

Um poema é para um poeta um intenso apelo

É o seu grito, a sua marca, a sua mente, a sua essência

A soma de uma série de fragmentos, de casos e ocasos

Multiplicados pela sensibilidade, ilusão e sonho

A mais sublime rendição de brincar com a arte

E para Ti o que terei sido? Pressinto que nunca saberei de verdade!

Tu és uma orquestra de poemas que exaltam os sentidos e emoções

Estás em todos eles nem que seja em pensamento

Porque o poeta jamais se abstrai dos seus amores e desamores

Para ele a vida é um frenesim de letras e declarações de sentires

E eu...sei lá...eu...o que sou? O que fui nesta obra?

Apenas a amante....a que escrevia cartas de amor

Que enchiam o ego de calor, mas talvez não de Amor

E Tu não o amante mas o presente que o Natal deixou

Mas o tempo lentamente da Tua mente arrastou

Nos poemas, nos meus, nos nossos, em todos

Estão uma série de estranhos como eu e Tu

Histórias rendilhadas de mim, de Ti, de nós, de alguém

Porque existe sempre quem veja na mesma diapasão

A literatura nunca morrerá Só

Nos meus singelos escritos não existe mestria

Nem sequer sabedoria ou arte, são devaneios amadores

Somente existe um sentimento que de tão forte preencheu

O meu recanto de oitenta beijos e abraços

Multiplicados por cada letra, por cada verso, por cada lágrima

Sou livre...mas estranhamente incompleta

Tenho asas...mas não consigo voar

Vejo os anjos...mas eles não me permitem tocar

Sinto o Amor...mas ele foge de mim

Vi um Príncipe...mas ele arrependeu-se de gostar de mim

Sonya
Enviado por Sonya em 15/07/2006
Reeditado em 04/08/2006
Código do texto: T194561