Longe um Pouco Aqui
O teu olhar,
Tão insano: olhos ciganos,
Que roubam outro olhar.
Teu sorriso de espanto
Da surpresa,
Do aniversariar.
Tua vida paralela a minha
Ortogonal ao meu nascer
Finita dentro do conjunto
De amores, amados amantes,
Sonhos,
Inexatos desvarios,
Desejos de ser
De te pertencer.
E no crescer de seus cabelos,
Observar meu amadurecer
E na imaturidade de teu amor,
Perceber que sou selvagem
Perverso em querer viver
Em todas suas margens,
Sem te deixar ser aquilo
Que queres,
Perdão mas suas escolhas
Me dão medo,
Arrepio e sedução.
Me dão o que falar.
Tanto me dá
Que tenho a solidão
Que alimenta paixão, [presa em mim]
Em sentir seu desnorteio
Fico esperando o dia inteiro,
Seus intervalos, acasos
E penetrar no seu mistério,
E guiar sua mente,
Até onde eu quero.
E com tudo,
Não estarei completo,
Quero mais tudo
Quanto mais te quero.
Meu sangue latino ferve,
Meu furor é voraz e fere,
Como rei imaturo e severo,
Com sua plebe,
Minha razão.