SEGREDOS DE GAVETA
Queria ser um pouco de tudo
Ou não ser nada e apenas vagar...
Vestir-me com mascaras e em todos os bailes dançar
Contar minha historia entre um passo e outro... Um tombo e outro!
Repetir sempre a mesma estrofe. A que me alimenta e me engana
Eu queria decorar os mesmo beijos... Os mesmos gestos
Mas beijos e gestos são como gotas de orvalho que morrem ao nascer do sol
Eu queria gritar sem que ninguém me ouvisse
Queria às vezes rezar sem que alguém minhas súplicas invadisse
Eu queria tudo! E nada...
Que meu vazio fosse respeitado
E que eu quando louco, tivesse meu direito à insensatez
Que meu defeito não fosse sempre apontado... Nem comparado
Eu queria amar sem explicação nem satisfação
E se o escuro do meu quarto fosse o melhor recanto...
Então que eu pudesse deitar e abraçar a solidão
Queria meu direito a ser o último e mesmo assim... Campeão
Esmurrar por noites meu travesseiro... Eu queria
Mas também fazer dele meu aconchego... Eu poderia
E junto dele me deitar pra amar
Ou simplesmente com ele me deitar... E sonhar
No fim de tudo eu queria mesmo era ser vaga-lume
Pra poder...
Acender
Apagar
Acender
Apagar...