LABAREDAS
No seu corpo, perde-se minha língua
Deslizando por toda a sua alva pele
A lua cheia, de inveja, até míngua,
Quando o desejo aflora e me impele
A devorar todo o seu corpo quente
E atear em nosso leito mil chamas
Então me toma em volúpia ardente
Entre lençóis de rosas; nossa cama...
Na pele, mil labaredas ardem tanto.
Minh’alma, casta, entoa um canto,
Suavizando a ardência brevemente
São expostas almas agora sem manto
Corpos extasiados d’um amar fremente
Que, por hora, descansam serenamente.
(Lena Ferreira)